quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

um primeiro depoimento de sensações...

09/02/10

Como sintetizar esta experiência de hoje em grupo no Ateliê?

O grupo no qual fiz parte só haviam contradições e questionamentos. Uma série de interrogações nos corpos e um estado de desconforto.

O silêncio dizia mais do que as perguntas que não paravam de brotar... havia um estado de inquietude no grupo.

Eu me sentia perdida, solta, um lugar onde meu corpo ainda não tinha repertório de resposta. Eu estou acostumada a processos criativos onde se parte de estímulos sejam estes internos ou externos, mas com uma direção clara de foco para a experimentação. E aquela aparente conversa me causava irritação. Podia-se partir de qualquer lugar, de qualquer interesse? Era muita liberdade!?

Foi se colocada uma questão: como criar um diálogo ou começar algo sem ter algo em comum a priori? Fazia parte do processo de criação da cia danças aquele compartilhar, aquela primeira troca de idéias para nascimento de algo em comum. Uma primeira tentativa de aproximação ou estranhamento entre as pessoas e seus pensamentos, vivências, corpos, histórias.

Em meio a tantas interrogações fomos parar em um quarto cheio de cadeiras laranjas em busca de estímulos?!?!

O que seria este estado de falta de um direcionamento claro ou falta de estímulos/ ferramentas para a criação? Como lidar com isto?

Como é esta busca de um caminho específico para cada processo criativo?

Como é este processo colaborativo de criação entre pessoas tão diferentes?

Dentro do quarto com cadeiras laranjas.. Um jogo: uma proposta de jogo para o movimento a partir da visão periférica. Em meio a falta de espaço, muitos objetos e a dificuldade de movimentos, as dúvidas voltaram a proliferar..

Nasceu a vontade de experimentar os estados "perdido" e "sentido/direção". O que seria um estado perdido? Houve mais e mais dúvidas... Um colocou que "direção" tinha foco e "perdido" não tinha foco. Outro não concordou e disse que o estado perdido era a multiplicidade de focos simultâneos.

E assim... entre tantas interrogações... A Cláudia abriu a porta e nos tirou de nosso devaneio... Já eram 17h da tarde.
Fim da nossa primeira tarde juntos na Olido

Monica

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