sábado, 13 de fevereiro de 2010

Tempo

Confesso que sou meio lenta para algumas coisas. E os últimos trabalhos de criação dos quais fiz parte, tiveram processos extremamente longos, de início muito lento e transformações constantes. Para mim o mais difícil é o começo - encontrar o motivo do trabalho - e o final - escolher o que fica e o que vai. E fazer parte de um ateliê com um tempo curto e determinado,e por mais que tenha sido dito que era para experimentar, sem necessidade de se chegar a um processo ou coreografia, isso gerou uma ansiedade muito grande. E talvez até uma certa frustração antecipada. E talvez a ansiedade, de querer acelerar e resolver tudo, antes mesmo de ter alguma coisa a ser resolvida, tenha impedido uma escuta do outro ( e talvez até do meu próprio corpo)e uma entrega para o outro. Falando de relação e ausência, sem dar o tempo se se estabelecer uma relação. E querer dar todos os passos de uma vez... E vendo os outros grupos foi que eu percebi isso. Que eles tiveram a serenidade (por mais conflituosa que seja) de primeiro se colocar uns para os outros e se escutarem. O que estabeleceu uma relação real no grupo (e que geralmente causa conflitos), desencadeando o início de um processo. E eu estou contente de ter percebido tudo isso, porque não me importo de recomeçar, transformar, abrir mão. Eu agora consegui iniciar em mim algum processo, e me sinto novamente viva, parte de uma realidade viva, cheia de movimento, sensações e intensidades diversas e mutáveis! Obrigada!
Elisa

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