terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Saudações a Todos!!!

Bem, já é um tanto quanto tarde para postar tais anotações, entretanto em contato com a Mônica, esta me sugeriu de postar aqui algumas idéias que pude captar de nosso segundo encontro enquanto ainda estávamos criando.

"Quando traçamos um caminho, acreditamos e o sentimos como o correto. Mas, e quando o que sentimos não é de fato o que esperamos sentir, e sim o que nos é levado a sentir.
Quando não possuímos cem por cento dos nossos sentidos continuamos a sentir o objeto da mesma forma?
Traçar um caminho nos traz segurança, mas pode nos aprisionar?
O que em mim pode ser orgânico que no outro, chega a passar despercebido?
Dentre essas e outras perguntas, conseguimos pincelar o que de fato nos traz desconforto, o sentido que há nas coisas muitas vezes pode não ter sentido algum. Através de caminhos pensados, de barreiras produzidas por nós mesmos, começamos a conhecer o corpo do outro. Sentir a respiração, o espaço físico e emocional que abríamos durante o exercício proposto por nós mesmos.
Limites esses que foram além de um simples primeiro contato, de um simples conhecer o outro. Precisei confiar em alguém para dizer o que queria me mover e seguir o caminho como eu queria.
Por meio disso, encontramos uma idéia em comum, o sentido que: nos traz sensações, nos traz significados e nos leva a outras direções. A partir daí, surge o desejo do grupo em levar adiante seja através de células de movimento ou do não movimento as sensações que partiram do contato com o outro, seja por conta de uma concordância de idéias ou pela própria discordância."

Beijos a todos

Chico Rosa
10.02.2010

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Hoje dia 14 de fevereiro, "encerrá-se" o processo do Atêlie Coreográfico Cia Danças. Foram duas semanas de trabalho, convivência, trocas, contaminações/transformações, questionamentos, conflitos, acordo e desacordos, presença e ausência, experimentações, loucura, textos, decisões/conclusões, toques, movimentos, descobertas, falas, referências e um turbilhão de inumeras sensações e emoções que permearam nossos encontros.

Este espaço não se conclui aqui, ao contrário, dá mais abertura e liberdade à pontos de vista distintos e necessidade de expressar-se.

Momentos antes da conclusão do processo, que acontecerá às 16h na Galeria Olido. Por ler o blog e acompanhar cada grupo em seu desenvolvimento e criação, tenho a certeza que este não é um encerramento, mas sim, o início de um novo momento para cada participante, pelas transformações que ocorrerão em cada um, em alguns mais, em outros menos. O atêlie irá extender-se por suas vidas e processos pessoais de experimentação e criação.

Gabriel Bueno

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Tempo

Confesso que sou meio lenta para algumas coisas. E os últimos trabalhos de criação dos quais fiz parte, tiveram processos extremamente longos, de início muito lento e transformações constantes. Para mim o mais difícil é o começo - encontrar o motivo do trabalho - e o final - escolher o que fica e o que vai. E fazer parte de um ateliê com um tempo curto e determinado,e por mais que tenha sido dito que era para experimentar, sem necessidade de se chegar a um processo ou coreografia, isso gerou uma ansiedade muito grande. E talvez até uma certa frustração antecipada. E talvez a ansiedade, de querer acelerar e resolver tudo, antes mesmo de ter alguma coisa a ser resolvida, tenha impedido uma escuta do outro ( e talvez até do meu próprio corpo)e uma entrega para o outro. Falando de relação e ausência, sem dar o tempo se se estabelecer uma relação. E querer dar todos os passos de uma vez... E vendo os outros grupos foi que eu percebi isso. Que eles tiveram a serenidade (por mais conflituosa que seja) de primeiro se colocar uns para os outros e se escutarem. O que estabeleceu uma relação real no grupo (e que geralmente causa conflitos), desencadeando o início de um processo. E eu estou contente de ter percebido tudo isso, porque não me importo de recomeçar, transformar, abrir mão. Eu agora consegui iniciar em mim algum processo, e me sinto novamente viva, parte de uma realidade viva, cheia de movimento, sensações e intensidades diversas e mutáveis! Obrigada!
Elisa

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

TERCEIRO DIA, VERTICALIZAÇÃO!

E, no terceiro dia, passamos a ser 5 novamente...

primeiramente horizontalizamos o q se passou no dia anterior... pois agora parte do grupo q era da ausência, tornou-se presença... e então decidimos retomar a rpatica da improvisação para tanto retomar quanto ver o que mais surgia e começar a desenhar algo.. ver pausas, questão de espaço, de escuta...

... retomadas, testes, novas situações, novas idéias e proposições...

- e então?
- então q alguams coisaa se repetiram e oturas novas vieram...

.. isso sim, isso não, isso sim, isso não, isso talvez... isso hum... será?

- vamos fazer d novo?
- vamos sim, mas eu consegui definir uma epquena célula de movimentação, não é uma coreografia, mas uma célula, q repito várias vezes sem amrcações, mas modificando a partir de situações q vão surgindo...
- ah eu tb.. tenho uma sequência e vou ver como ela entra,
- sim.. vc pode fragmentar e ir usando de acordo com a necessidade
- nós três temos uma pequena seguencia tb...
- vamso repetir agora tentando ter escuta para utilizar o q temos d pré-definido no meio do inusitado?
-vamos..
.....movimento, movimento.. movimento.. movimeeeeennnttoooo...!

- e então?
- então q achoq definimos algumas situações
- sim.. vamos marcar, quais são?

- sequência rastros, começa com um no meio e vai passando e progredindo com a entrada de uma por uma (todos)
- contaminação, pela manipulação da cabeça (gui e isa)
- marca dos abraços (gui e ângla)
- sequência do chão lego repetição (mayara e gui)
- junção, intersecção de parte da sequência da ariane e do gui
- sequência pernas 3 meninas (isa, mayara e ângela)
- duo (mayara e ângela)
- abraços ausentes (isa e gui)
- cabeça capoeira (isa e ângela)
- junção e retirada do gui

- hum.. temos bastante coisa!!! q dá pra trabalhar...
- ai ai ai... peciso ir beber água
- que calor... o "Q" já começou!
- ai, o que seira perfeito pra vc agora?
- o que seria perfeito agora?
- uma piscina!
- uma cachoeira!
- uma torta gelada musse trufada de chocolate, com 3 bolas de sorvete de brigadeiro, com calda de chocolate e pedaços de chocolate por cima!!!! e agooora!!!!
- um chuveiro!
- hum.;... e como é cada uma dessas coisas rpa vcs no corpo?
- assi,...
- assim..
- um... acho q talvez assim...
- tá na minha cara!!!! uhauhauhahua
- faz vc, e vc, agora vc e vc e vc, assim...
....
- rua!
da onde surgiu rua???
mas enfim.. rua.. vamos andar aqui comos e fosse uma rua...
e ela vai diminuindo.. cada desejo vai sufucando o do outro, as pessoas querem satisfazer suas vontades, na rua cada um está atrás de seus interesses...
- sim.. mas tb tem 2 coisas, uma coisa é um querer sério e o outro d zueira como falamos agora, por ex, para um faminto o eprfeito é comida, para uma pessoa q páss sede num pais miseravel o perfeito seria água, e a gente disse coisas momentaneas.. talvez não estamos em situaç~eos limites para querer coiasa "sérias"... enfim..
- ok.. vamos lá...
- de novo...
- mais uma vez agora assim..
- ok.. temos mais uma aprte de algo não?
- sim...
- mas ai é diferente...
- pq?
- uma coisa é a vontade q é de um jeito.. ams agora a falta disso ver q não o tenho agora é diferente... é oposto quase... entende?
- sim..sim...
- são coisas beeem diferentes.... a vontade e a falta, o querer e o ter...
- então temos mais coisas.. e coisas opostas...
- eu trocaria!
-?
- trocaria toda esta vontade q tenho rpa estar com ele! e isto me faz ir d um extremo ao outro.... eu trocaria... a vontade, para estar com, mas caio na falta de!
-...
- então é isto.. aproximamos para afastar... esta é a ligação da sequencia da rua para tudo aquilo q tinhamos feito...
-sim..
- continuamos amanhã?

sim...

- guilherme elias

gruipo: ariane, mayara, isa, ângela e guilherme)

E A AUSÊNCIA SE JUNTA COM A PRESENÇA, A FALTA COM O ENCONTRO!

Ai então é o segundo dia....

antes:
- Oi, poderiamos dialogar nossos trabalhos não?
- Hum, pq?
- Ah, vcs estão flando da falat e ausência e nós do encontro e repsença, pontos "opostos"...
- entendi....vamos conversar sobre...

e no atelie a falta realmente existiu, no grupo ausência ficou apenas um.

- Ei, então.. vamos falar sobre como podemos juntar tudo!
- hum-hum, nós falamos de encontro, de estar com, de presença e vcs da falta, da ausência.. poderíamos ver como isto se dialoga...
- sei.. entendo, e como seria isto?
- vamos improvisar.. ver situações q dão essa rpesença e esta ausência...
- seria legal improvisar mas termos algumas "regrinhas do jogo" ou seja por onde vamos eprmear a improvisação..
- sim, sim..
- falamos de ausência e presença... poderiam ver surgis situações onde dançamos com alguém realmente e tb dançar com alguém mas não estamos com ela, estamos apenas dançando ali pertoda pessoa e não "com" ela realmente, dançar só e junto, em separado, essas relações sabe?
- ok, vamos lá...
- ah.. seria legal já q "ele" está com a ausência, dançar conosco como se não estivéssemos lá.. e nós dançamos com ele d fato...
- "ele" poderia começar só parado.. e a gente ir passando por ele e dai surgir...
- ok.. 1, 2, 3... e já...
- NOSSA!!! isto é horrivel!
- pq?
- num dá! eu sinto a rpesença de vcs... por mais q quero abstrair, vcs estão ai, sinto a rpesença d vcs, vejo vcs, sinto o vento ou o toque de vcs....é ruim a sensação de abstrair isto... querem ver, vamos fazerr a emsma coisa q estão fazendo comigo mas com cada uma de vcs...
...
- tá vendo como é ruim?!
- é..é mesmo..
- mas enfim.. é assim vamos lá
... tempos depois...
- nossa.. surgiram muitas coisas legais... e situações... vamos repetir?
- vamos!
...mais temmmpossss depooooiiisss...
- então, alguams coisas se repetiram... sim.... então vamos identificar e tentar improvisar d novo a partir destas situações..:
- rastros ( o sentir a presença no meiod a ausência)
- pecepções ( tanto da falta quando das meninas q estão presente entre elas...)
- e esses rdatros se prolongam...
- contato, olhar ( contato fisico e contato apenas visual)
- desencontrar (des-olhar, ver e num ver, ver mas não estar enxergando (o q tá na cara)
- teatativa de reencontro
- contágio, reverberação ( estanto ou não rpesente.. todos reverberam de alguma forma), a aprtir do improviso da manipulação da cabeça
- abraçar onde não estar mais.. abraçar onde o outro estava...abraçar a lembrança, a memória, o q estava.

- hum.. vamos marcar isto e continuamos e ver e praticar estas sutuaç~eos q surgiram...

- "ela não sabe quanta tristeza cabe numa solidão... assim eu sei que vou morrer de dor" (virginia rodrigues)
- " eu quero ir embora"
-"você está deixando à mim, e às nossas coisas... você está deixando à mim, as nossas coiasas, nossas músicas, nossos poemas, nossos lençóis de manhã de domingo, nossos gestos, nossos cafés, nossas brincadeiras, nossos beijos.. vc está deixando à mim e às nossas coisas..."

guilherme elias

grupo: Ângela, Mayara, Isa e guilherme)

SENSAÇÕES (primeiro dia 09/02/2010)

partir e nossa primeira conversa chegamos a alguns pontos em comum que gostaríamos de experimentar nesse processo de criação. Um deles é trabalhar a sensação interna, chegando ao corpo, criando ou tomando forma de maneira que possa contaminar outras pessoas e através das relações modificando os movimentos e até mesmo as proprias sesações.

Ângela
Mayara
Elisa

... mais fragmentos...

falando sobre o processo de experimentação (que estamos vivenciando no atelie) e sobre o registro do processo (que esta acontecendo aqui no blog).

"Ao emoldurar o transitório, o olhar tem de se adaptar às formas provisórias, aos enfrentamentos de erros, às correções e aos ajustes. De uma maneira bem geral, poder-se-ia dizer que o movimento criativo é a convivência de mundos possíveis. O artista vai levando hipóteses e testando-as permanentemente. Como consequência, há, em muitos momentos, diferentes possibilidades de obra habitando o mesmo teto. Convive-se com possíveis obras: criações em permanente processo." (In: Gesto Inacabado, Cecília Almeida Salles)

"O processo de criação é um ato permanente de tomada de decisão." (In: Crítica Genética)

"Outra função desempenhada pelos documentos de processo é a de registro de experimentação. Neste momento de concretização da obra, hipóteses de naturezas diversas são levantadas e vão sendo testadas. São possibilidades de obras. Sob esta perspectiva, são registros da experimentação, sempre presentes nos rascunhos, estudos, croquis, plantas, esboços, roteiros, maquetes, copiões, projetos, ensaios, contatos, story boards." (In: Crítica Genética - Cecília A. Salles)

Monica